22 de março de 2021

Mês das mulheres: Juíza do ES divulga sua veia poética no ambiente digital

No mês dedicado às mulheres, a Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (Anamages) lança o olhar para o trabalho desenvolvido pela Juíza de Direito titular da Vara Única de Fundão do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, Priscila de Castro Murad, que possui veia poética desde a infância e agora externa os seus pensamentos no ambiente digital, em sua página do Instagram (https://instagram.com/priscilamurad?igshid=1na3mmm5hb876) e no site Pensador (https://www.pensador.info/colecao/priscilamurad).

A Juíza de Direito do TJES contou que a paixão por poesia surgiu quando ela tinha 8 anos de idade. A Magistrada conta que enquanto as outras crianças da mesma idade escreviam suas histórias, em seus diários, ela escrevia suas primeiras poesias. Depois, aos 12 anos, quando ganhou o seu diário, passou a transcrever os textos e seguiu escrevendo sempre guiada por sua inspiração.

Ela conta como surgiu a ideia de expor esse trabalho poético no ambiente digital. “No início, eu fiquei um pouco reticente em publicar os meus escritos nas redes sociais porque sou muito reservada. Tanto que eu só publico frases e pensamentos. As poesias mesmo, não pretendo publicá-las nesses canais e sim reunir todas elas no livro que pretendo lançar, ainda sem previsão de data. Na verdade, serão dois livros: um só de poesias e o outro com todo esse acervo de frases e pensamentos.

Nem todos os meus escritos (frases e pensamentos) são publicados. Muitos ficarão para o livro também. O que vemos ali no Instagram é apenas uma pequena parte deles. Eu sempre escrevi para mim mesma e guardava a sete chaves. Mas, um certo dia, dando conselhos a uma amiga, eu percebi que podia ajudar outras pessoas, com maior amplitude, de uma forma mais abrangente e única ao mesmo tempo.

As pessoas, hoje em dia, estão muito carentes de afeto e de incentivos, dos mais diversos, e cada vez mais superficiais … Estão cada vez mais apegadas ao materialismo e ao consumismo. E as redes sociais, de certa forma, propiciam muito isso. Eu me propus então a fazer algo diferente”.

A Magistrada Priscila Murad alerta para a necessidade de se ter muito cuidado com o engajamento com as redes sociais. “O que temos ali não é a vida real de ninguém. Nunca devemos comparar as nossas vidas com o que ali vemos. Até porque toda comparação é desastrosa. Por isso, você precisa estar em harmonia com o seu Eu interior. Escrevo muitas reflexões neste sentido. As nossas realidades se diferem e muito de toda aquela vida perfeita, de ostentação e de felicidade constante. Ninguém é feliz o tempo inteiro e nenhuma família é perfeita daquela forma. Quiséramos que fosse assim. Mas o nosso mundo real nos manda outras mensagens, outras verdades. E foi pensando nisso também, e em determinada parte de um público que não se encaixa naqueles padrões virtuais, que decidi dar vida aos meus escritos e levá-los direto aos corações quebrantados, dando-lhes a força necessária para lidar com as adversidades e com as mais variadas situações de nossos cotidianos, desde as nossas relações afetivas e amorosas até os nossos próprios conflitos internos e existenciais”.

A Juíza acredita que é necessário olhar mais para dentro de nós mesmos. “Cuidar desse mundo tão peculiar e que é só nosso. Curar nossas carências e superar todos os bloqueios que nos impedem de seguir adiante e prosperar. Fazendo essa faxina afetiva, com cuidado e aprimoramento, melhoramos sobremaneira a nossa conexão com o mundo aqui fora”.

Um dos temas mais explorados pela Magistrada Priscila Murad diz respeito ao universo feminino. “Eu incentivo sim as mulheres a se valorizarem mais, ou melhor, a enxergarem o seu verdadeiro valor, a serem mais independentes e mais bem resolvidas emocionalmente. Procuro mostrar a elas que uma mulher feliz e estável não é necessariamente aquela que se casou e teve filhos. Uma mulher feliz, estável e completa também é aquela mulher de espírito livre e que leva a vida segundo as suas próprias convenções. Um exemplo dessa mulher é aquela que passa os finais de semana assistindo um bom filme ou os seus seriados preferidos, na companhia de apenas o seu animal de estimação e, sim, comendo um balde de pipoca. É aquela mulher que, na companhia de si própria, explora outras culturas, outros povos, outros ares, para fins de incorporar à sua jornada de vida as experiências experimentadas, fazendo, assim, uma rica troca com o seu mundo interior”.

A Juíza também dedica-se a causas sociais e animais e também a pessoas que se encontram em situações de vulnerabilidade, sejam essas pessoas e situações quais forem. “Pode ser um morador de rua, pode ser um idoso esquecido em um asilo, como pode ser uma mulher em situação de violência. O fato é que eu não suporto covardia de nenhuma espécie. E todo esse contexto contribui enormemente para as minhas inspirações”.

“Não me considero uma mulher feminista. Não gosto de rótulos, mas confesso que sou uma grande incentivadora do empoderamento feminino e me incomoda muito ver, ainda nos dias atuais, uma mulher sendo subjugada, não importa em que contexto. A mensagem que deixo é que devemos sempre exercer a sororidade. Se uma mulher está num relacionamento no qual ela se sente oprimida, em conflito com ela mesma, frequentemente triste e questionando tudo, então me sinto na obrigação de fazer um alerta, através de minhas reflexões, de que já é hora de abandonar esses relacionamentos, uma vez que são tóxicos e auto destrutivos. Ninguém precisa de outro alguém pra ser feliz. O ideal é ter alguém com quem compartilhar a nossa felicidade. E que esse alguém venha para agregar, sempre. Jamais para te diminuir ou lhe retirar a sua real essência. Acredito também que precisamos ter mais responsabilidade afetiva e emocional uns com os outros. São fortes, pois, as razões que me levam a escrever.

Através de meus escritos, procuro incentivar as pessoas, abrindo-lhes os seus horizontes, muitas das vezes, encobertos por pensamentos nebulosos e distorcidos delas próprias. Deus nos criou com altos potenciais e devemos a cada dia buscar o nosso propósito de vida que, por sua vez, nunca será possível se estivermos adstritos a superficialidades e à cultura de nossas próprias desvalorizações”.

A Juíza comenta que há uma reflexão de que gosta muito, de um grande poeta chileno, que também serviu de gatilho para que ela pudesse dar publicidade aos seus escritos. E também para lançar os seus livros futuramente! “A poesia não é de quem a escreve, mas de quem precisa dela”… (Pablo Neruda).

“Munida desses propósitos e com essa visão sobre o comportamento humano hodiernamente, somado a esse “chamado” de Pablo Neruda, é que decidi publicar os meus escritos no Instagram, ao invés de publicar uma “espécie de diário da minha vida particular” … Eu quis fazer mais pelas pessoas. Senti essa necessidade no meu coração. Eu, particularmente, abomino superficialidades. A espiritualidade e a conexão com o divino e com a natureza são os meus maiores aliados na arte de escrever!

Meus escritos são os meus tesouros. Tenho muito orgulho deles, principalmente, quando tocam alguém. E, acredite, eles sempre tocam o coração das pessoas. E a intenção é essa. É falar de alma para alma. De coração para coração.

Eu escrevo frases e pensamentos que vão desde passagens poéticas a mensagens motivacionais. Também escrevo poemas e poesias, ainda não publicados.

Eu não busco levantar nenhuma bandeira com as mensagens que trago comigo. Não tenho essa pretensão. A bem da verdade, eu tenho muita empatia pelas pessoas e eu busco sempre extrair o melhor delas. Eu procuro, através do que eu escrevo, despertar as pessoas para que elas se tornem exatamente aquilo que Deus as criou para ser!

E, já que estamos no mês da mulher, deixo aqui uma mensagem a todas as mulheres: somos seres divinos e devemos nos sentir como a mãe terra, que é fértil, poderosa, cheia de vida e amor! Nascemos livres para ser e fazer o que quisermos. E se o mundo começa em nosso ventre, então não é o mundo que irá nos deter”.

A Magistrada Priscila Murad encerrou com a mensagem:

“Que seja livre toda alma feminina!

Livre pra sonhar, livre pra conquistar, livre pra amar…

Enfim,

Livre pra ser mulher!”.