26 de Maio de 2023

A Juíza e a sua história – Dra. Soraya Maranhão – TJAL

Dando sequência ao quadro O JUIZ E A SUA HISTÓRIA, que possui a finalidade de evidenciar as brilhantes trajetórias dos Magistrados Estaduais, hoje a ANAMAGES entrevista a Juíza de Direito Soraya Maranhão, titular do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Maceió, capital de Alagoas (TJAL).

Paraibana de Campina Grande, a magistrada sempre foi aguerrida e mesmo com o desafio de cuidar do filho pequeno, se empenhou nos estudos para concursos públicos, tendo sido aprovada em seleções para a Advocacia Geral da União, para a Procuradoria da Fazenda Nacional e para a Procuradoria no município de Recife.

A nossa entrevistada, Dra Soraya, coleciona o padrão excelência por quatro anos em União dos Palmares, e em 2022, em São Miguel dos Campos, hoje está à frente do único juizado com a competência de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Maceió, sendo a primeira mulher a se titularizar nessa vara na Capital. Ela  preside o Comitê Gestor para Primeira Infância e integra a Comissão de Direitos Humanos, ambos do TJAL. Confira a nossa conversa:

ANAMAGES: Dra Soraya, por gentileza, trace um breve panorama desde a sua aprovação no concurso para a magistratura alagoana até a sua atual titularidade, registrando os anos em que ocorreram as promoções de carreira:

Dra Soraya Maranhão: Em 2010, depois de quase um ano na Advocacia Geral da União, eu ingressei na magistratura alagoana. Antes da titularidade em Quebrangulo, passei pela comarca de Major Izidoro, sertão alagoano. Em 2015 fui promovida para a 1ª Vara Cível de União dos Palmares, que é uma comarca de 2ª entrância, na qual eu acumulei competência cível, residual e infância e juventude e me encantei por esta área, idealizando o projeto Mãe Consciente – que trata do direito da entrega da criança para adoção. Após seis anos, fui removida para a 2ª Vara de São Miguel dos Campos, com competência de família e cível residual. Em abril de 2023, eu fui promovida por antiguidade para a 3ª entrância.

ANAMAGES: Comente sobre o trabalho desempenhado no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Maceió:

Dra Soraya Maranhão: O Juizado conta com seis mil processos e o nosso grande grande desafio é dar celeridade, diante deste volume, às medidas protetivas. Quando uma mulher solicita a medida protetiva, é porque ela tem grandes chances de estar em risco e o nosso maior desafio é, em meio a tantos processos, dar celeridade a essas medidas que chegam todos os dias.

ANAMAGES: Em quase 13 anos de magistratura, comente sobre as dificuldades encontradas e as soluções a esses percalços:

Dra Soraya Maranhão: Eu acredito que a maior dificuldade que eu enfrentei como magistrada foi a quantidade de servidores, porque a gente tem que aprender a trabalhar com os poucos servidores disponíveis. Outro desafio é fato de exercer esse cargo sendo mulher, porque ainda há preconceito. Apesar desses desafios todos que nós encontramos no dia a dia, eu não me vejo fazendo outra coisa que não a magistratura. Eu não me arrependo de ter trocado a Advocacia Geral da União pela magistratura. É uma carreira que eu sempre sonhei, desde o dia que eu pisei na faculdade de direito. Eu gosto de aplicar o direito no caso concreto, de buscar a pacificação social, de atuar de forma preventiva através de campanhas educativas tanto na área da infância, quanto na violência doméstica.

ANAMAGES: Relate a importância da música em sua vida e sinalize de que forma essa experiência tangencia o seu trabalho como magistrada:

Dra Soraya Maranhão: Antes de entrar na faculdade de direito, eu tinha uma banda de rock feminina, chamada Senhoritas. Eu era contrabaixista e durante a faculdade, na Paraíba, continuei com essa banda. Até hoje a música faz parte da minha vida, inclusive eu me apresentei o ano passado no show natalino do TJAL e foi muito legal demonstrar que o juiz tem uma vida além do fórum, que nós temos os nossos hobbies, a nossa diversão. E o meu hobby é a música. Eu toco contrabaixo, guitarra, violão, também me arrisco no violino.

ANAMAGES: Que conselho a sra gostaria de transmitir para as mulheres que aspiram o exercício da judicatura?

Dra Soraya Maranhão: Eu aconselho a todas as mulheres que querem ser juízas, que estudem, que se dediquem, porque a magistratura é uma profissão maravilhosa, quem tem os seus desafios, mas é muito gratificante. Eu achei muito simbólico ter assumido como primeira mulher na vara de Violência Doméstica de Maceió, porque eu também tive esse pioneirismo com a banda de rock feminina, que foi a primeira banda feminina de rock da Paraíba e isso nos sinaliza que a mulher pode assumir, pode ocupar espaços que anteriormente eram ocupados exclusivamente por homens.

O hobby da magistrada é a música