9 de junho de 2023

O Juiz e a sua história – Dr. Marcelo Almeida – TJBA

Dando sequência ao quadro O Juiz e a sua história, que possui a finalidade de colocar em evidência trajetórias de desafios, lutas e conquistas de personalidades da Magistratura Estadual, a ANAMAGES conversa hoje com o Juiz de Direito Marcelo Almeida, que acaba de assumir o cargo de Juiz de Direito no Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA).

Dando sequência ao quadro O Juiz e a sua história, que possui a finalidade de colocar em evidência trajetórias de desafios, lutas e conquistas de personalidades da Magistratura Estadual, a ANAMAGES conversa hoje com o Juiz de Direito Marcelo Almeida, que acaba de assumir o cargo de Juiz de Direito no Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA).

O Magistrado concluiu o curso de Direito em 2005 e por 17 anos desempenhou a função de analista e assessor de Desembargador do TJBA. Em busca do sonho de ingressar na Magistratura, dedicou-se de forma resiliente por quase cinco anos, abrindo mão do lazer e dos encontros familiares. Com formação humanística, o Juiz Marcelo Almeida tem um olhar atento para injustiças e pretende se esforçar para garantir os direitos especialmente das crianças, dos adolescentes, das mulheres e das minorias, sempre primando pela justiça.

ANAMAGES: Dr. Marcelo, comente porque o senhor escolheu a carreira da Magistratura?

Dr Marcelo Almeida: Desde a faculdade, eu sonhava com a Magistratura. Eu escolhi essa carreira porque admiro as assunções do Juiz, principalmente de resolução de conflitos, da possibilidade de conciliar partes, de atuar na pacificação da realidade social, dar o Direito a quem o tem e não de proclamar vencedores e vencidos. Desde muito novo, eu sempre tive o hábito de ouvir os dois lados das situações, sem julgamento.

ANAMAGES: Como o senhor recebeu a notícia da aprovação no concurso no TJBA?

Dr Marcelo Almeida: Eu recebi a notícia de minha aprovação no concurso do TJBA com enorme satisfação. Sem dúvida foi o melhor dia da minha vida. Naquele dia eu acordei bem cedo para acompanhar a publicação no Diário Oficial e quando eu conferi, eu me emocionei, agradeci a Deus, paguei uma promessa de percorrer uma trajetória de 15 quilômetros até a Igreja do Senhor do Bonfim, agradecendo esse momento único, incomensurável.

ANAMAGES: Em quais profissionais o senhor se espelha?

Dr Marcelo Almeida Eu me espelho no Desembargador Baltazar Miranda Saraiva, aqui do TJBA, que é um Desembargador que luta quando vê uma injustiça. Ele discute no Pleno, discute na Câmara Criminal e Cível onde ele atuava em busca da Justiça. Em nível nacional, admiro o Ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), com as suas decisões sempre dentro da estrita legalidade e em busca de uma pacificação em todos os temas que são dados ao seu julgamento.

ANAMAGES: O senhor já está atuando em mutirão de sentenças. Como tem sido esta experiência?

Dr Marcelo Almeida: Agora eu estou lotado na Secretaria Virtual, fazendo uma baixa processual com os processos de improbidade administrativa. Eu estudei a nova legislação e estou adequando aos modelos do gabinete em que eu trabalhava, e cada dia mais aprendendo, estudando e gostando para entregar uma prestação jurisdicional digna e de acordo com a jurisprudência mais atual.

Entregar a alguém o direito que lhe é negado não tem preço! É uma das melhores satisfações que se pode experimentar. O Juiz desempenha diversas funções e consegue muitas vezes fazer diferença na vida das pessoas, sobretudo nas mais humildes. A sensação de poder ajudar é algo sem preço e ter isso como profissão é um privilégio enorme. Então, cada dia mais eu tento estudar mais, tento ser o mais humilde possível e sempre entender o que está ali diante dos meus olhos para tentar fazer o julgamento totalmente dentro da lei e totalmente humano para alcançar a tão sonhada justiça.

ANAMAGES: Quais são as suas expectativas para o exercício da judicatura?

Dr Marcelo Almeida: A minha maior expectativa como Juiz é fazer o bem para as pessoas, principalmente as carentes. O principal objetivo do Juiz é enxergar o que está por trás do processo. Não lidar só com o papel, mas ver que ali tem uma vida por trás. Tem um ditado que eu sempre uso em minha trajetória que Deus trabalha por mim e agora ele vai trabalhar através de mim. Então, toda essa minha preparação, essa minha luta para passar no concurso eu agradeço imensamente à Deus, à minha mãe, à minha família que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos difíceis em todos esses anos de preparação.  

Um bom Juiz, além de estar tecnicamente preparado, precisa ser humanista, precisa  antever as consequências de suas decisões, estar antenado com os problemas das pessoas e precisa ser um Juiz compromissado com o devido processo legal. É assim que eu pretendo e vou ser.